1. O Que É Due Diligence Digital e Por Que Isso Importa no Imobiliário?
Com o mercado cada vez mais digitalizado, o setor imobiliário se viu diante de novos desafios. Um deles é a necessidade de realizar uma due diligence digital eficaz, ou seja, uma investigação criteriosa sobre riscos digitais antes de fechar contratos, parcerias ou aquisições. Isso não é apenas uma questão de segurança, mas de estratégia e responsabilidade.
Imagine que você está prestes a alugar um imóvel que aparenta ser perfeito. Tudo parece em ordem: localização, preço, estrutura. Mas, ao investigar mais a fundo, você descobre que o proprietário tem pendências judiciais graves. No mundo digital, esse processo de verificação se aplica à forma como dados são tratados. Se uma imobiliária ou construtora não estiver em conformidade com a LGPD, isso pode gerar riscos legais e de reputação para quem se associa a ela.
2. A Relação Entre a LGPD e o Mercado Imobiliário
O setor imobiliário trabalha com grandes volumes de dados pessoais: nomes, endereços, documentos, informações financeiras e até dados sensíveis em alguns casos. Cada visita a um imóvel, cada proposta, cada contrato, envolve uma cadeia de tratamento de dados.
A LGPD impõe regras claras sobre como essas informações devem ser coletadas, utilizadas, armazenadas e compartilhadas. Portanto, a não observância dessas diretrizes pode gerar sanções da ANPD, prejuízos financeiros e danos à imagem da empresa.
3. Riscos Específicos do Setor Imobiliário
Compartilhamento com Terceiros
Corretoras, portais de venda, escritórios de advocacia e cartórios têm acesso a dados sensíveis em várias etapas do processo. Contudo, se o compartilhamento não estiver previsto em contrato ou for feito sem consentimento adequado, a responsabilidade recai sobre quem originou a coleta.
Nesse contexto, vale destacar que até mesmo os serviços notariais e de registro — tradicionalmente públicos — precisam observar a LGPD em sua atuação. Há discussões relevantes sobre como conciliar o princípio da publicidade com a proteção de dados pessoais. Um exemplo é o artigo “LGPD exige distinção entre publicidade notarial e registral”, que aprofunda esse debate no âmbito jurídico
Armazenamento Inseguro
Ainda é comum encontrar empresas guardando contratos digitalizados em pastas abertas, sem senha, em serviços de nuvem gratuitos ou até em pen drives. Essa prática, além de arriscada, vai contra os princípios da segurança da informação.
Atendimento sem Treinamento
Funcionários que lidam diretamente com clientes nem sempre sabem como responder a uma solicitação de acesso ou exclusão de dados, o que pode gerar descumprimento da LGPD mesmo sem intenção.
4. O Papel da Due Diligence Digital na Avaliação de Riscos
Checklist de Verificação
Uma due diligence bem feita deve observar:
Para aprofundar a análise sobre a conformidade de terceiros e fornecedores, recomenda-se consultar materiais especializados. Um exemplo é o artigo “Due Diligence LGPD: como avaliar fornecedores quanto à conformidade?”, que oferece diretrizes úteis para verificar se parceiros de negócio estão alinhados às exigências legais.
Avaliação de Impacto e Planos de Ação
Caso sejam identificados pontos fracos, é importante que existam planos de correção e um cronograma claro. Avaliações de impacto são documentos que mostram os riscos e as medidas para mitigá-los, servindo como evidência de boa-fé.
5. Benefícios de Uma Boa Prática de Due Diligence Digital
Mais Segurança nos Negócios
Evita-se entrar em parcerias ou aquisições que podem trazer dores de cabeça futuras. Com isso, os riscos são reduzidos antes mesmo de se tornarem problemas reais.
Fortalecimento da Reputação
Empresas que demonstram transparência e cuidado com os dados pessoais têm mais chances de atrair clientes conscientes e parceiros exigentes.
Maior Eficiência Operacional
A organização dos dados e dos processos melhora a produtividade e reduz a ocorrência de falhas, além de facilitar respostas às demandas regulatórias.
6. Considerações Finais
Investir em due diligence digital no setor imobiliário é uma escolha inteligente e necessária. Além de proteger os dados pessoais de clientes, colaboradores e parceiros, essa prática fortalece a imagem da empresa e reduz riscos legais.
Conformidade com a LGPD não deve ser vista como um obstáculo, mas como um diferencial competitivo. Em um mercado onde a confiança é um ativo valioso, mostrar que sua empresa leva a privacidade a sério pode ser o detalhe que conquista a próxima venda ou parceria.
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