No Brasil, o principal marco da proteção de dados foi instaurado com a criação da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, a LGPD (Lei 13.709/2018), que entrou em vigor em 2021. Antes dela, algumas leis já abordavam o tratamento de informações, como o Código de Defesa do Consumidor, a Lei de Acesso e Informação e a própria Constituição Federal. Contudo, essa abordagem sempre foi genérica e nunca adentrou a fundo na temática.
“Antes da lei, as PMEs, por exemplo, não assumiam um compromisso com a proteção de dados, já que quando falávamos sobre o assunto, automaticamente entendíamos como algo de grande porte. Hoje, sabemos que qualquer CNPJ ou até CPF precisa se assegurar dos seus dados”, afirma Ricardo Maravalhas, CEO da DPOnet, empresa que tem o objetivo de democratizar, automatizar e simplificar a jornada de conformidade com a LGPD por meio de uma plataforma SaaS completa.
Ricardo completa que um dos segmentos que deve investir cada vez mais em recursos de segurança de dados é o governamental, conforme citado no evento DPOday em janeiro deste ano. “Governos em todo o mundo lidam com uma grande quantidade de informações confidenciais dos cidadãos, incluindo registros fiscais, dados de identidade e informações de segurança nacional. Investimentos em segurança de dados são essenciais para proteger essas informações críticas contra ameaças cibernéticas”, enfatiza.
Outro mercado que deve aumentar suas iniciativas voltadas para a proteção de dados é o de telecomunicações. Uma projeção da consultoria SNS Telecom & IT aponta que até o final de 2026 os investimentos anuais globais em infraestrutura e dispositivos de banda larga para segurança pública devem ultrapassar US$ 5,7 bilhões.
“Em 2024, a expectativa é que as preocupações com a cibersegurança se intensifiquem, visto a crescente dependência de serviços digitais, como 5G, Internet das Coisas (IoT) e redes inteligentes, além dos casos de vazamentos de dados, que seguem aumentando e trazendo enormes prejuízos para toda a sociedade. Portanto, conforme o setor de telecom passa cada vez mais a fazer parte de infraestruturas essenciais, desde comunicações até serviços de saúde e logística, os investimentos em segurança digital se mostram fundamentais para garantir tanto a proteção das informações, quanto a prevenção de ataques virtuais”, analisa Carlos Campos, Diretor-geral da emnify no Brasil, provedora líder de conectividade celular IoT no mundo e referência global em tecnologia e inovação para telecomunicações.
E não para por aí! Para Emerson Lima, fundador e CEO da Sauter, referência em serviços de Dados, cibersegurança e IA Generativa, bancos, empresas de cartão de crédito e outras instituições financeiras que trabalham diariamente com uma quantidade substancial de dados confidenciais, devem investir cada vez mais em proteger informações dos clientes. Além disso, Lima cita que companhias de tecnologia que tratam dados de clientes, como empresas de software como serviço (SaaS), redes sociais e provedores de nuvem, estão sob constante ameaça de ataques.
“Estes setores armazenam grandes quantidades de dados pessoais dos usuários, o que os torna alvos atraentes para hackers. Por isso, as atualizações para a gestão de segurança devem estar em dia para mitigação de riscos quanto ao cumprimento de regulamentações rigorosas, além, é claro, do investimento em conquista e manutenção da confiança de usuários e clientes”, finaliza.
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