
A adequação à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) é um desafio constante para o setor da saúde, especialmente para clínicas e laboratórios que lidam diariamente com informações sensíveis dos pacientes. No DPOday 2025, especialistas se reuniram para discutir os principais obstáculos e soluções práticas para garantir a conformidade com a legislação sem comprometer a eficiência e a qualidade do atendimento. Neste artigo, exploramos os destaques desse painel e como a privacidade pode ser um diferencial estratégico para o setor.
O DPOday 2025 e a Discussão Sobre Privacidade na Saúde
O DPOday 2025, maior evento de proteção de dados do Brasil, reuniu especialistas, advogados e profissionais da área da saúde para debater os desafios da privacidade e segurança no setor. Um dos destaques do evento foi o painel “Desafios da LGPD em Clínicas e Laboratórios: Experiências e Soluções”, onde especialistas compartilharam boas práticas e estratégias para garantir a conformidade com a legislação.
Quer assistir ao painel completo? A íntegra dessa discussão e toda a cobertura do DPOday 2025 estão disponíveis no nosso canal do YouTube (@DPOnetbr). Acesse agora e fique por dentro das melhores práticas para proteção de dados no setor da saúde!
Principais Desafios da LGPD em Clínicas e Laboratórios
O setor da saúde enfrenta desafios únicos quando se trata de proteção de dados. Além das exigências da LGPD, clínicas e laboratórios precisam lidar com regulamentações da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), tornando a conformidade um processo complexo.
Entre os desafios mais comuns, destacam-se:
1. Falta de Capacitação das Equipes
A compreensão da LGPD ainda é limitada para muitos profissionais da saúde. A falta de treinamentos adequados pode resultar em falhas no manuseio de informações sensíveis.
"O conhecimento sobre proteção de dados não pode ficar restrito ao jurídico ou à TI. Toda a equipe deve estar envolvida para garantir que a privacidade seja aplicada na prática." – Juliana Abrusio, especialista em proteção de dados.
2. Uso de Tecnologias Não Seguras
Muitas clínicas utilizam plataformas de comunicação inadequadas, como WhatsApp convencional, para o envio de laudos e informações médicas. Isso pode expor dados sensíveis a riscos desnecessários.
Exemplo prático: Um laboratório envia exames por aplicativos sem criptografia, aumentando as chances de vazamento de informações confidenciais dos pacientes.
3. Consentimento e Bases Legais Adequadas
Nem sempre o consentimento é a melhor base legal para o tratamento de dados na área da saúde. Em muitos casos, o legítimo interesse ou a obrigação legal podem ser mais adequados.
"O consentimento, por si só, não garante segurança jurídica. Clínicas e laboratórios precisam avaliar qual base legal melhor se aplica a cada situação." – Maraísa Rosa Cezarino, advogada especialista em proteção de dados.
Soluções e Boas Práticas para a Conformidade na Saúde
Embora os desafios sejam significativos, clínicas e laboratórios podem adotar estratégias eficazes para garantir a conformidade com a LGPD e melhorar a proteção de dados dos pacientes.
1. Implementação da Segurança por Design
A privacidade deve ser integrada desde o início nos processos e sistemas, garantindo que os dados sejam protegidos de forma proativa.
Dica prática: Adote privacy by design, garantindo que a segurança seja um requisito desde a concepção dos sistemas e fluxos de trabalho.
2. Investimento em Tecnologia Segura
Sistemas médicos devem contar com criptografia de ponta a ponta, rastreabilidade de acessos e backups regulares para evitar violações de segurança.
Exemplo prático: Plataformas especializadas em gestão de saúde permitem que os dados dos pacientes sejam acessados apenas por profissionais autorizados, evitando acessos indevidos.
3. Conscientização e Treinamento Contínuo
A adequação à LGPD não pode ser um esforço pontual. Treinamentos regulares devem ser realizados para garantir que todos os colaboradores compreendam e apliquem as melhores práticas de privacidade.
"A segurança da informação começa com a conscientização. Se os funcionários não entenderem a importância da proteção de dados, nenhuma tecnologia será suficiente." – Fabiana Medeiros, especialista em proteção de dados.
4. Elaboração de Relatórios de Impacto
O Relatório de Impacto à Proteção de Dados (RIPD) é uma ferramenta essencial para demonstrar conformidade e mitigar riscos no tratamento de dados de saúde.
Dica prática: Crie um plano estruturado para o tratamento de dados sensíveis, detalhando os riscos e as medidas adotadas para mitigá-los.
O Papel do DPO na Saúde
O Data Protection Officer (DPO) tem um papel essencial na conformidade das clínicas e laboratórios, garantindo que todas as práticas estejam alinhadas com a LGPD e outras regulamentações.
Principais responsabilidades do DPO no setor da saúde:
- Coordenar políticas de proteção de dados;
- Garantir que as bases legais sejam corretamente aplicadas;
- Realizar auditorias internas e treinamentos;
- Atuar como canal de comunicação entre a empresa e a ANPD.
"A função do DPO vai além do jurídico. É preciso compreender as operações diárias e traduzir as exigências legais para uma aplicação prática no dia a dia das clínicas e laboratórios." – Fabiana Medeiros, especialista em proteção de dados.
Conclusão
A adequação à LGPD é um desafio para clínicas e laboratórios, mas também uma oportunidade de fortalecimento da confiança e credibilidade no setor da saúde.
Pontos-chave:
- A segurança da informação deve ser uma prioridade para clínicas e laboratórios;
- A adoção de tecnologias seguras reduz riscos de vazamento de dados;
- O treinamento contínuo das equipes é essencial para evitar falhas no cumprimento da LGPD;
- O consentimento nem sempre é a única base legal aplicável – outras alternativas podem ser mais eficazes.
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